CARNEIROS E OVELHAS

CARNEIROS E OVELHAS
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sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Criação dos Ovinos

A nomenclatura "intensiva" e "extensiva" não se aplica à criação de ovinos. O que se considera é que existem as criações menores, desde as domésticas até as de tamanho médio, e aquelas de larga escala com sólida infra-estrutura de manejo, estas são, consideradas criações extensivas.

Recentemente tem sido incentivados o sistema de confinamento, com a criação em cabanhas e fornecimento de ração balanceada. Nesse sistema, semelhante ao que ocorre no confinamento de bovinos, o custo é maior mas permite a produção de animais precoces e livres de verminoses, com abate entre 60 e 120 dias, com peso médio entre 30 e 35 kg.

Criações Domésticas

Lotes pequenos (7 a 10 ovelhas x 1 macho), utilizando os animais para capinar pomares ou para acompanhar outras criações (como bovinos e eqüinos) e culturas (café, citrus). Para o pasto, com até 10 animais em um hectare, sem baixadas úmidas e com árvores para sombreamento, é suficiente para um ano (Capim Pangola, Quiquio, CoastCross, Seda). Se não tiver pasto suficiente, forneça alimentação no cocho. Os piquetes devem ser de arame liso com 1,24 m de altura, com espaçamento menor na parte inferior, e ter unia fonte de água (natural ou bebedouro) e cocho de sal mineral. O melhor é dividir uma área de até dois hectares em quatro piquetes e fazer rodízio a cada 10 dias (1 mês de descanso/piquete).

Pequena criação comercial

A partir de 30 animais, a criação já pode ser considerada comercial e a escolha da raça depende das proximidades do mercado para lã, carne ou leite e derivados. Utilizar 1 carneiro com idade acima de um ano e meio para cada 30 ovelhas. Nesse tipo de criação, além da alimentação mencionada para a criação doméstica, é recomendável um reforço diário à base de grãos, especialmente para ovelhas que pariram gêmeos. Na época da seca, complementar com fenos, silagens ou ração. Adicionar farelo de soja com uréia pecuária ao cocho de sal mineral (fonte de proteína suplementar). Se a criação for para corte, o desmame dos cordeiros deve ocorrer aos 3 meses; para leite, aos 10 dias, fornecendo leite de vaca com (250 ml/dia com 1 colher de sopa de óleo de soja por litro).

Criação de tamanho médio

Recomenda-se que a criação seja mista (lã e cordeiros para o abate), com uni rebanho de 100 a 150 cabeças e algumas das raças recomendadas são a Corriedale, Ideal e Romney Marsh A escolha de bons machos reprodutores é fundamental para o sucesso da criação, que devera contar com boa infra-estrutura (cercas, divisões para separar os animais de acordo com sexo e idade, pastagens, abrigos, aguadas etc.). E possível fazer consorciamento com gado, alternando os rebanhos bovino e ovino, mas deixando pastar somente bovinos adultos para evitar contaminação exagerada dos piquetes com verminoses comuns às duas espécies.

Criação em larga escala

Para grandes extensões de terra, são criações que comportam de 200 a 1000 cabeças, calculando 3 cabeças por hectare; são utilizadas principalmente as raças Merino, Ideal, Corriedale, Romney Marsh, para as regiões mais úmidas (Sudeste); e as deslanada e Somalis, em regiões mais quentes e secas (Nordeste).

fonte: http://www.revistadaterra.com.br/ovicriacaodosovinos.asp

Controle Sanitário

Os principais mecanismos no controle sanitário são as vacinas, dosificações, banhos e normas de manejo.

Todavia, o método mais efetivo para um bom controle sanitário é iniciar-se com ovinos sadios, assegurar-se que todo o animal que entra na propriedade esteja livre de doenças, (os animais adquiridos devem ser vacinados, banhados e dosificados antes de serem incorporados ao rebanho), e, finalmente, manter um programa sanitário.

Vermifugação

A verminose pode ser considerada um dos principais problemas que afetam ovinos, sendo mais critica nos animais em crescimento. Dependendo do grau de infestação, os parasitas provocam perda corporal, e no crescimento e qualidade da lã, chegando a causar mortalidade; nos animais em crescimento, pode também comprometer a produção futura.

Devemos considerar 2 tipos de populações de parasitas ovos e larvas nas pastagens, e larvas infectantes e parasitas adultos no animal.

As dosificações devem ser acompanhadas com normas de manejo tanto do animal como das pastagens. De uma maneira geral, o objetivo principal de um controle parasitológico deve ser o de reduzir ou eliminar os efeitos adversos dos parasitas através de métodos práticos e econômicos.

Os principais métodos de controle da verminose são as dosificações estratégicas e as baseadas em exames de fezes. Exemplo: antes do acasalamento, após a parição, após o período de chuvas com temperatura elevada, na incorporação de novos animais, na troca de piquetes, na entrada de pastagens cultivadas, na sinalação, após a tosquia e ao desmame.

Banho

Uma vez ao ano os ovinos devem ser banhados para mantê-los livres de piolhos e sarna. Os rebanhos previamente afetados devem receber dois banhos seguidos, com intervalos de 10 a 12 dias. É fundamental banhar todos os animais ao mesmo tempo.
Teoricamente a melhor época para banhar os animais e entre 4 a 6 semanas após a tosquia. Considera-se que nesse tempo as feridas decorrentes dos cortes durante a tosquia estejam cicatrizadas, evitando-se assim a possibilidade de contaminação durante o banho e também, porque o conteúdo graxo que recobre a fibra de lã tende a secar, permitindo uma melhor penetração do inseticida.

Aspectos a serem considerados:

Preparar o banho 2 a 3 dias de antecedência, limpando o banheiro, checando os boxes de secagem e o sistema de drenagem e medindo corretamente a quantidade de água a ser usada;

Seguir as recomendações técnicas do fabricante do produto;

Deixar presos os animais na noite anterior, com suficiente água, para reduzir a contaminação do banheiro pelas fezes e evitar a ingestão do produto pelo consumo de água;

Banhar com tempo bom, iniciando e terminando cedo para assegurar que todos os animais banhados estejam secos ao anoitecer;

Banhar todos os animais, pois bastam poucos parasitas num animal não banhado para provocar uma infestação em todo rebanho;

Banhar primeiro os carneiros. Cordeiros não desmamados devem ser banhados separados das ovelhas;

Cada animal deve permanecer entre 20 a 40 segundos, dependendo da quantidade da lã, devendo a cabeça ser submersa 2 vezes;

Manter os animais após o banho nos boxes de drenagem até o termino do escorrimento da água, deixando-os secar completamente antes de levá-los aos poineiros;

Recarregar adequadamente o banheiro segundo as instruções do fabricante;
Na "descarga" do banheiro, evitar a contaminação de cursos de água ou alimentos passíveis a serem usados pelo homem ou animais.

Observação dos animais

Para que a criação de ovinos tenha sucesso, alguns cuidados essenciais não podem ser esquecidos. O criador deve correr diariamente a criação para verificar nascimentos, óbitos e doenças; deve também observar os cascos periodicamente, cortá-los e tratá-los se necessário.

Ferimentos devem ser desinfetados e tratados com medicamento repelente de insetos para evitar o aparecimento de miiases, problema comum em ovinos.

As principais causas de mortalidade entre os cordeiros são a hipotermia logo após o nascimento e as verminoses, principalmente a haemonchose; entre os adultos, a podridão do casco (foot-rot). Todas podem ser, evitadas Com manejo higiênico sanitário correto. Efetuar manejo dirigido à prevenção conta verminoses (rodízio de pasto/espécie), febre aftosa e carbúnculo (vacinações), além dos cuidados básicos de higiene sempre que forem realizadas intervenções como castração, descola e até mesmo tosquia, desolhe ou cascarreio.

Higienizar instalações, pastos e piquetes. Vacinar as ovelhas prenhes contra enterotoxemia e tétano no terceiro mês de gestação e os filhotes contra aftosa no terceiro mês de vida (revacinações a cada 4 meses).

Fazer exame de fezes e vermifugar o rebanho periodicamente. Não descuidar da alimentação, procurando oferecer pasto de boa qualidade, suplementando, se necessário, com feno; fornecer ração e sais minerais.

Examinar a fonte de água (natural ou artificial) e manter bebedouros limpos. Descartar animais fracos ou doentes, pois comem mais do que produzem; e evitar a presença de gatos pois podem transmitir doenças aos ovinos.

Principais doenças e profilaxia

Infecciosas

Aftosa - causada por vírus (A, O e C), afeta ovinos de todas as idades, provocando aftas na mucosa bucal, úbere, coroa e unha; as lesões transformam-se em porta de entrada para infecções bacterianas secundárias, resultando em manqueira. A prevenção é feita por meio de vacinação do rebanho a cada 4 meses (primeira aos 3 meses) e isolamento dos animais doentes.

Carbúnculo hemático: (antrax) - causado pelo Bactilus anthracis, esporulado, resistente, presente em tecidos, sangue, secreções de animais; solo, forragens e água; contaminação por ingestão ou inalação, causando febre hemorrágica, fatal na forma aguda.

Carbúnculo sintomático: causado pelo Clostridium chauvei, esporulado, resistente, que penetra no organismo através de feridas em mucosas; afeta ovinos jovens, provocando o aparecimento de tumores no pescoço e quartos posteriores e a manifestação de febre, inapetência, apatia e freqüentemente a morte entre 12 e 16 horas; para prevenção, vacinação dos cordeiros com 4 meses, repetindo-se após um ano.

Diarréia dos cordeiros: causa por coliformes, produz debilidade, depressão, cólicas e fezes líquidas; a mortalidade é alta quando não é feito tratamento; profilaxia por meio de alimentação controlada, higiene, proteção dos filhotes e separação dos doentes.

Ectima contagioso (dermatite pústular): causada por vírus dermotrópico, afeta ovinos de todas as idades e também o homem (zoonose), provocando pequenas bolhas nos lábios dos cordeiros ou na coroa do casco, vulva ou prepúcio dos adultos, evoluindo para pústulas e depois crostas como verrugas. A profilaxia é feita pela vacinação dos cordeiros aos dois meses e do rebanho uma vez, pois a imunidade é duradoura.

Brucelose ovina: causada pela bactéria Brucela ovis, afeta ovinos de todas as idades provocando aborto e epididimite; pode ser transmitida ao homem através do leite. Não existe tratamento e a prevenção é impedir a entrada de animais positivos em um rebanho sadio; animais positivos devem ser eliminados.

Tétano: toxemia causada pelo Clostridium tetani, anaeróbio esporulado, resistente, causando rigidez muscular de membros posteriores, cabeça mastigação demorada, deglutição difícil resultando freqüentemente na morte do animal. Para prevenção, vacinar as fêmeas prenhes 2 meses antes do parto e os cordeiros aos 3 meses; revacinar em caso de ferimento.

Pododermatite (foot-rot, manqueira): causada pelo bacilo Sphaerophorus necrophorus, produz inicialmente inflamação e congestão dos tecidos e a seguir descola do estojo córneo, com necrose do tecido, formação de grandes coleções purulentas, impedindo o aprumo normal e provocando a manqueira. Para evitar o aparecimento da doença, manter os animais em terreno seco, observar os cascos a cada 3 meses e aparar o excesso caso necessário, evitar pastos contaminados e isolar os doentes.

Pneumonia: geralmente secundária, pode ser causada por vírus, bactérias, fungos, vermes e corpos estranhos; provoca febre, inapetência prostração, respiração difícil (membros anteriores abertos). A doença pode ser evitada se os animais forem mantidos em locais secos, sem correntes de ar, especialmente após a tosquia ou banhos terapêuticos.

Enterotoxemia: causada pelo bacilo anaeróbico Clostridium perfringens, que é encontrado normalmente no solo e no trato intestinal dos ovinos; em animais superalimentados pode haver uma multiplicação exagerada, com produção de exotoxina, que atua nos intestinos provocando cólicas, diarréia fétida, sintomatologia nervosa, com excitabilidade até convulsão, ranger de dentes, movimentos de pedalar, podendo provocar morte súbita. A profilaxia é feita por meio da vacinação das ovelhas 3 semanas antes do parto e dos jovens 15 dias antes da desmama.

Oftalmia contagiosa (peste de chorar): causada por microorganismos, do gênero Moraxella caracteriza-se por fotofobia, conjuntivite e alteração da córnea, a propagação da doença é favorecida pela presença de moscas e quando os animais são submetidos a stress alimentar ou ambiental e a profilaxia depende do isolamento e tratamento dos doentes.

Doenças parasitárias

Sarna (psoríase): causada principalmente por ácaros do gênero Psoroptes equi v. ovis, forma lesões externas, formando placas e crostas, com prurido e queda da lã com menos freqüência, pode ser causada pelo Chortoptes bovis.

Piolho: infestação por insetos da ordem Anoplura, principalmente pelos grupos chamados sifunculados e malófagos; com perda de peso, coceira, lã empastada e com falhas.

Bicheiras ou miiases: infestações por larvas de moscas, principalmente da espécie Callitroga americana, que depositam ovos em feridas e crostas de sangue; as larvas penetram na carne, causando inquietação, e coceiras; as pontas de lã puxadas podem ser um sinal da ocorrência da doença.

Oestrose (rinite parasitária): bicheira casa por larvas da mosca Oestrus ovis, que se localizam nas fossas nasais e seios frontais dos ovinos; os sintomas mais comuns são espirro e agitação.

Carrapatos: a espécie Boophtlus microplus é a mais comum em ovinos e parasitam principalmente animais recém tosquiados ou deslanados; provoca irritação e emagrecimento.

Verminose: é a mais freqüente causa de mortalidade entre os ovinos, especialmente dos cordeiros. O principal parasita é o nematóide Haemonchus contortus, que se aloja no estômago, causando anemia, prostração, inapetência, diarréia, lã áspera pela falta de lanolina.

Eimeriose: causada principalmente pelo protozoário Elmeria arloingi, provoca depressão, emagrecimento e diarréia sanguinolenta em cordeiros.

Broncopneumonia verminótica: pneumonia causada a principalmente pelo helminto Distyocaulus fylaria; provoca tosse seca, respiração difícil, fadiga e emagrecimento até a caquexia.

Fasciolose (baratinha-do-fígado): causada pela Fasciola hepática, que em uma fase de vida se multiplica em caramujos e na fase adulta parasita o fígado dos ovinos.
Distúrbios Metabólicos
Hipotermia: afecção que ataca cordeiros recém nascidos expostos a baixas temperaturas ao nascer ou que são abandonados pelas mães; também pode afetar os cordeiros que tiveram dificuldade para mamar o colostro; pode ser evitada com vigilância dos piquetes maternidade para assistência aos cordeiros.

Toxemia da prenhez: afeta ovelhas prenhes com fetos duplos ou triplos, que foram sub ou super alimentadas, provocando depressão nervosa com apatia, incoordenação e cegueira na fase final. A alimentação adequada evita o aparecimento da doença.

Cálculos: podem ocorrer na uretra em ovinos alimentados com pouco verde e ração muito rica em fosfato, causando retenção de urina e morte por uremia.

Amostras para exame laboratorial

- Fezes: resfriadas ou mergulhadas em formol a 10 %

- Suspeita de doença infecciosa: osso longo (canela), limpo, em lata bem fechada, mantido em refrigeração até a remessa;

- Exame bacteriológico: fragmentos de órgãos mergulhados em glicerina e água (em frasco esterilizado);

- Suspeita de tumores: fragmentos de órgãos em formol a 10 %.

- Identificação de parasitas: vermes em solução salina com formol e ácido ascético.

fonte: http://www.revistadaterra.com.br/ovicontrolesanitario.asp

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

III Seminário de Ovinocaprinocultura da Região Centro Sul Fluminense



De 12 a 16 de agosto de 2009, na Exposição de três Rios.

Classificação zoológica:

Classe: Mammalia
Ordem: Artiodactyla
Família: Bovidae
Gênero e espécie: Ovis aries

Histórico

O temperamento sociável dos carneiros, associado à sua indiscutível utilidade econômica, fez da domesticação da espécie uma das mais antigas da história da civilização, acreditando-se que tenha ocorrido a mais de 4.000 anos a.C., na Ásia Central. Ao longo do tempo, foram ocorrendo adaptações em função do clima, solo, disponibilidade de água, alimento e utilização econômica, de tal forma que hoje se estima que existam mais de 1.400 raças de ovinos em todo o mundo. Estas raças estão classificadas de acordo com as funções econômicas que desempenham, constituindo o segundo maior rebanho do mundo (o primeiro é o bovino). A seleção para lã foi obtida durante o processo de domesticação: os ovinos primitivos apresentavam pelagem formada por dois tipos de fibras, uma de pêlos longos, grossos e ásperos e outra com pelos finos, curtos e crespos. Com a evidencia da utilidade da lã sobre o pêlo, foi sendo realizada progressivamente a seleção para sua obtenção. No Brasil, os primeiros ovinos chegaram em 1556, trazidos pelos colonizadores.

Austrália, China, Nova Zelândia, Índia, Espanha, Reino Unido, Argentina, Uruguai e Brasil são países que possuem grandes contingentes de ovinos. No Brasil, estima-se que existam 18 milhões de ovinos de 18 raças diferentes e as maiores criações estão no Rio Grande do Sul e na região Nordeste. Em São Paulo, o rebanho é de cerca de 250 mil animais, ocupando áreas usadas no passado para a produção de café, como é o caso da região de São Manuel.

As condições básicas para a criação, além da escolha cuidadosa da raça, são o clima, solo, pastagens, aguadas, condições de mercado, não esquecendo também a boa capacidade técnico-administrativa do criador e habilitação dos empregados.

Mini glossário

Borrego - carneiro de 7 a 15 meses;

Cabanha - galpão para ovinos, criação de ovinos;

Capão - carneiro castrado;

Cascarreio - tosquia em tomo da vulva, nas coxas e cauda, efetuada nas ovelhas e mês antes do parto, para retirar sujidades e tornar o parto mais higiênico;

Cordeiro - carneiro até 7 meses de idade;

Cordeiro mamão - cordeiro que ainda acompanha a mãe;

Desolhe - tosquia em torno dos olhos;

Feltragem - enlaçamento que ocorre entre fibras de lã com excesso de escamas;

Nonato - não nascido;

Pelego - a pele do carneiro com a lã;

Pêlo cabrum - áspero e liso, semelhante ao de caprinos;

Suarda - substância gordurosa existente na lã dos ovinos;

Velo - cobertura de lã de carneiro, ovelhas ou cordeiro.

Calendário do ovinocultor

Janeiro

- 1ª quinzena: Flushing (suplementação alimentar para ovelhas antes de suas coberturas); Vermifugação das ovelhas e colocação do carneiro em piquete ao lado das ovelhas para indução ao cio, podendo fazer uso do rufião;

- 2ª quinzena: início do período de cobertura, para se ter cordeiros para a época do Natal.

Fevereiro

- continuação do período de cobertura.

Março

- continuação do período de cobertura;

- desmame e vermifugação dos cordeiros provenientes de ovelhas "falhadas" que tenham ficado prenhas pelo sistema de regime de luz.

Abril

- 1ª quinzena - final do período de cobertura; isole o carneiro do resto do rebanho;
- 2ª quinzena - preparação para abate de cordeiros provenientes de ovelhas do sistema de regime de luz.

Maio

- 2ª quinzena: vacinação das fêmeas contra carbúnculo sintomático, enterotoxemia e tétano.

Junho

- 1ª quinzena: descobrir e separar as ovelhas entre as que estiverem 'falhadas";
Colocar as ovelhas gestantes nos piquetes de parição;

- Preparação das ovelhas para o parto: cascarreio, desolhe, etc;

- Providência: estoque de colostro de vacas num freezer; inicio do programa de luz para ovelhas "falhadas";

- 2ª quinzena - início do período de parição;

- vermifugação das ovelhas;

- cuidados com os fetos: secagem do pelame; tratamento do umbigo; colostro para cordeiros fracos; com uma semana faça a descola e castração nos cordeiros (machos).

Julho

- coloque o carneiro junto com as ovelhas "falhadas".

Agosto

- continuação do programa de luz.

Setembro

- 1ª quinzena: final do programa de luz; isole o cordeiro do resto do rebanho; providenciar piquete especial e suplementação alimentar para cordeiros.

Outubro

- 1ª quinzena: desmame e vermifugação dos cordeiros; esquematizar a tosquia (tosquiador, depósito de lã, etc.);

- 2ª quinzena: tosquia das ovelhas, aparar cascos.

Novembro

- 1ª quinzena: vacinação das ovelhas prenhas (que estejam sob regime de luz); procurar colocar a carne dos cordeiros no mercado; montar esquema para curtição da pele dos cordeiros.

Dezembro

- 1ª quinzena: inicio do período de parição das ovelhas sob regime de luz;

- 2ª quinzena: abate dos cordeiros, distribuição da carne; curtição e distribuição das peles;

- Final de Ano: balancete final de contas; verificação dos índices de produtividade.
Condições ideais para os animais

Clima

O mais propício para a criação é o temperado frio em latitudes de 250 a 400 Norte e Sul; a baixa latitude pode ser compensada pela altitude. A temperatura adequada está entre 22 e 25ºC, com umidade relativa entre 55% a 70% (em altas temperaturas) e 65% a 91% (em baixas temperaturas). A precipitação pluviométrica anual deve estar entre 4900 e 1400 mm.


Solo

As características do solo são importantes para a escolha da raça a ser criada. Raças mistas são mais exigentes e devem ser criadas em planícies e vales férteis, com solo permeável. Solos pobres, com baixo valor nutritivo, podem ser utilizados para a criação de raças mais leves, produtoras de lã. O solo precisa ser corrigido, drenado e deve haver bastante sombra nas áreas de pastagem, pois a radiação solar direta causa efeitos nocivos ao conforto térmico do animal.

Alimentação e pastagens

A ideal é a pastagem rasteira, abundante e de boa qualidade. Em boas pastagens, com manejo rotativo, podem ser mantidos 10 animais por hectare; em pastos mais pobres, de uso continuo, a capacidade é de 3 cabeças por hectare. Consomem também as plantas infestantes do pasto, inclusive a que não é consumida pelos bovinos. Na época de escassez de pasto, é necessário complementar a alimentação com forrageiras de inverno, como a aveia e o centeio, alimentos concentrados e mistura mineral. Para a formação de piquetes utilizar gramíneas rasteiras, de hábito prostrado e decumbente, se possível consorciadas com leguminosas.

As gramíneas mais utilizadas são o capim Transvala, Pangola, Pensacola, Setária, Coast-Cross, grama Seda, Missioneira, Batatais e Brachiaria humidícula.

Aguadas

Os ovinos ingerem 3 a 4 litros de água no inverno e de 5 a 6 litros no verão. É interessante que a propriedade possua aguadas sem poluição, com fundo pedregoso ou arenoso. Brejos e baixadas pantanosas são indesejáveis, e na falta de cursos de água naturais devem ser construídos bebedouros de acordo com o tamanho do rebanho.


fonte:http://www.revistadaterra.com.br/oviclassificaozoologica.asp

A ovinocultura nos dias de hoje

A ovinocultura é uma das criações que vem se destacando a cada dia e já se tornou mais uma alternativa para o produtor rural.

Já se foi o tempo que se criava ovelhas apenas para a produção de lã. Hoje o mercado mais rentável é o da carne com seu consumo em açougues, grandes restaurantes e churrascarias como produto nobre, com isso os criadores passaram a melhorar suas raças e tornar seu negocio mais lucrativo, pois a produção ainda é restrita. Todo o rebanho do Centro Oeste e mais da metade do rebanho sudeste.

Nós importamos no ano de 2000, cerca de 900.000 cabeças de ovinos para o abate. Importamos do Uruguai, da Argentina e Nova Zelândia, principalmente.

Hoje a carne do ovino é uma carne que está sendo procurada por varias capitais e grande cidades.


A necessidade de aumento de rebanho é primordial, não só para a produção de carne como também de peles. As peles dos ovinos deslanados têm um grande valor comercial e tem uma facilidade de exportação muito grande para a Europa (calcados, bolsas, paletós, etc.)

Os ovinos com lã, criação principal no sul do Brasil exportam peles para a Rússia e regiões frias do mundo.

O mercado no momento é comprador tanto de carne como de peles, existindo uma capacidade ociosa em todos os matadouros, sendo assim a necessidade de maiores investimentos no setor.

O consumo em Brasília/DF. É muito grande e nos não temos como satisfazer esse consumo com a produção interna, que está na faixa de 25 toneladas por mês, sendo encontrada nos grandes supermercados e em alguns açougues.

Restaurantes com qualidade já oferecem em seu cardápio carnes de ovinos.

E a qualquer momento podemos encontrar nos supermercados um pernil de carneiro de 2,5 a 3,0 kg., costelas em bandejas.

Para começar uma criação, o produtor deve ter um bom espaço (pastagens), dividi-los em vários piquetes e um estábulo na área coberta, bebedouros e cocheiras são indispensáveis, assim como dar sal mineral aos animais, não só isso. O que muitas vezes acontece e que muitas vezes pode ser um desastre para a criação e desanimar os criadores, è adquirir os animais sem antes ter estruturas para recebe-los.

Conselhos de quem entende.

No momento de examinar os animais a serem adquiridos é bom ter o auxílio de alguém já experiente na criação de ovinos. Nas ovelhas è interessante observar o seguinte:

· Estado de Saúde

· Idade (através de informações obtidas de escrituração zootécnica ou através dos dentes)

· Úbere

· Características raciais no caso de animais puros

· Informações reprodutivas se existirem (intervalos entre partos, idade ao primeiro parto)

· Peso e escore corporal

A relação macho: fêmea a serem utilizada na época de reprodução pode variar em função da idade dos animais, tamanho de piquetes, mas em media trabalha-se com 35 fêmeas para um reprodutor, portanto, se forem compradas 100 ovelhas vão serem necessárias 3 reprodutores.
Depois da aquisição dos animais eles devem ser identificados através de brincos e/ou tatuagens.

Controlar os animais individualmente através de escrituração zootécnica é fundamental em qualquer criação organizada.

Na nova propriedade, os ovinos devem passar por um período de constante observação em uma área de quarentena para ver se nenhuma doença ira se manifestar. È nesse período que exames de fezes devem ser realizados, juntamente com os testes de vermífugos. Um dos maiores problemas enfrentados pela ovinocultura nos dias de hoje è o uso indiscriminado de vermífugos e como conseqüência a resistência dos vermes a diferentes princípios ativos.

Com relação ao tamanho do rebanho, se o objetivo da criação for apenas para o consumo próprio, ou para manter a grama aparada, ou como animais de estimação, não há necessidade de muitos ovinos, mas para se esperar algum retorno econômico é preciso atingir o numero mínimo de 300 matrizes se a criação for para a produção de carne.

Ovino em categorias.

Cordeiro ou cordeiro mamão= è considerado cordeiro, o ovino jovem (macho ou fêmea) no nascimento ate a idade de 07 meses, na fase de aleitamento, as melhores carcaças produzidas são de cordeiros.

Borrego: é o ovino macho, dos 07 meses de idade ate que se torne apto para reproduzir (12 a 18 meses).

Borrega: é a ovina fêmea dos 07 meses de idade ate o primeiro parto (12-24 meses)
Carneiro: após se tornar apto para a reprodução, o borrego e chamado de carneiro ou reprodutor. A vida útil de um carneiro é de 06 anos. Neste tempo, o animal apresenta semem de boa qualidade e libido. Entretanto, dificilmente um reprodutor permanece por mais de dois anos em uma propriedade, este pouco tempo de permanência no rebanho, e para evitar que o reprodutor fertilize a suas filhas e para não vende-lo com uma idade muita avançada, o que diminuiria ra o seu valor.

DICAS

Os vermes da época da seca ou do inverno estão em maior número dentro do organismo animal?

Este fato proporciona a grande oportunidade de combate-los com os vermífugos especialmente nesta época do ano. Estudo da EMBRAPA para a Agropecuária brasileira indicam os meses de seca ou de inverno como os mais apropriados para o controle estratégico da verminose.

As moscas-dos-chifres afugentadas pelo efeito repelente dos produtos, se não encontrarem outro rebanho bovino por perto, se desorientam e possivelmente morrem em poucas horas? Elas não podem ficar muito tempo sem o sangue que, a curtos intervalos espoliam dos animais.

Cada grupo de 50 carrapatos parasitando um rebanho de corte de 1000 bovinos com infestações sucessivas durante um ano, podem provocar perda de peso de até 40 toneladas aproximadamente? Em vacas leiteiras nas mesmas condições, a quebra no leite pode chegar a 50%.

O maior prejuízo que o berne causa ao bovino reside na grande irritação e dor.



fonte:http://www.revistadaterra.com.br