CARNEIROS E OVELHAS

CARNEIROS E OVELHAS
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quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Classificação zoológica:

Classe: Mammalia
Ordem: Artiodactyla
Família: Bovidae
Gênero e espécie: Ovis aries

Histórico

O temperamento sociável dos carneiros, associado à sua indiscutível utilidade econômica, fez da domesticação da espécie uma das mais antigas da história da civilização, acreditando-se que tenha ocorrido a mais de 4.000 anos a.C., na Ásia Central. Ao longo do tempo, foram ocorrendo adaptações em função do clima, solo, disponibilidade de água, alimento e utilização econômica, de tal forma que hoje se estima que existam mais de 1.400 raças de ovinos em todo o mundo. Estas raças estão classificadas de acordo com as funções econômicas que desempenham, constituindo o segundo maior rebanho do mundo (o primeiro é o bovino). A seleção para lã foi obtida durante o processo de domesticação: os ovinos primitivos apresentavam pelagem formada por dois tipos de fibras, uma de pêlos longos, grossos e ásperos e outra com pelos finos, curtos e crespos. Com a evidencia da utilidade da lã sobre o pêlo, foi sendo realizada progressivamente a seleção para sua obtenção. No Brasil, os primeiros ovinos chegaram em 1556, trazidos pelos colonizadores.

Austrália, China, Nova Zelândia, Índia, Espanha, Reino Unido, Argentina, Uruguai e Brasil são países que possuem grandes contingentes de ovinos. No Brasil, estima-se que existam 18 milhões de ovinos de 18 raças diferentes e as maiores criações estão no Rio Grande do Sul e na região Nordeste. Em São Paulo, o rebanho é de cerca de 250 mil animais, ocupando áreas usadas no passado para a produção de café, como é o caso da região de São Manuel.

As condições básicas para a criação, além da escolha cuidadosa da raça, são o clima, solo, pastagens, aguadas, condições de mercado, não esquecendo também a boa capacidade técnico-administrativa do criador e habilitação dos empregados.

Mini glossário

Borrego - carneiro de 7 a 15 meses;

Cabanha - galpão para ovinos, criação de ovinos;

Capão - carneiro castrado;

Cascarreio - tosquia em tomo da vulva, nas coxas e cauda, efetuada nas ovelhas e mês antes do parto, para retirar sujidades e tornar o parto mais higiênico;

Cordeiro - carneiro até 7 meses de idade;

Cordeiro mamão - cordeiro que ainda acompanha a mãe;

Desolhe - tosquia em torno dos olhos;

Feltragem - enlaçamento que ocorre entre fibras de lã com excesso de escamas;

Nonato - não nascido;

Pelego - a pele do carneiro com a lã;

Pêlo cabrum - áspero e liso, semelhante ao de caprinos;

Suarda - substância gordurosa existente na lã dos ovinos;

Velo - cobertura de lã de carneiro, ovelhas ou cordeiro.

Calendário do ovinocultor

Janeiro

- 1ª quinzena: Flushing (suplementação alimentar para ovelhas antes de suas coberturas); Vermifugação das ovelhas e colocação do carneiro em piquete ao lado das ovelhas para indução ao cio, podendo fazer uso do rufião;

- 2ª quinzena: início do período de cobertura, para se ter cordeiros para a época do Natal.

Fevereiro

- continuação do período de cobertura.

Março

- continuação do período de cobertura;

- desmame e vermifugação dos cordeiros provenientes de ovelhas "falhadas" que tenham ficado prenhas pelo sistema de regime de luz.

Abril

- 1ª quinzena - final do período de cobertura; isole o carneiro do resto do rebanho;
- 2ª quinzena - preparação para abate de cordeiros provenientes de ovelhas do sistema de regime de luz.

Maio

- 2ª quinzena: vacinação das fêmeas contra carbúnculo sintomático, enterotoxemia e tétano.

Junho

- 1ª quinzena: descobrir e separar as ovelhas entre as que estiverem 'falhadas";
Colocar as ovelhas gestantes nos piquetes de parição;

- Preparação das ovelhas para o parto: cascarreio, desolhe, etc;

- Providência: estoque de colostro de vacas num freezer; inicio do programa de luz para ovelhas "falhadas";

- 2ª quinzena - início do período de parição;

- vermifugação das ovelhas;

- cuidados com os fetos: secagem do pelame; tratamento do umbigo; colostro para cordeiros fracos; com uma semana faça a descola e castração nos cordeiros (machos).

Julho

- coloque o carneiro junto com as ovelhas "falhadas".

Agosto

- continuação do programa de luz.

Setembro

- 1ª quinzena: final do programa de luz; isole o cordeiro do resto do rebanho; providenciar piquete especial e suplementação alimentar para cordeiros.

Outubro

- 1ª quinzena: desmame e vermifugação dos cordeiros; esquematizar a tosquia (tosquiador, depósito de lã, etc.);

- 2ª quinzena: tosquia das ovelhas, aparar cascos.

Novembro

- 1ª quinzena: vacinação das ovelhas prenhas (que estejam sob regime de luz); procurar colocar a carne dos cordeiros no mercado; montar esquema para curtição da pele dos cordeiros.

Dezembro

- 1ª quinzena: inicio do período de parição das ovelhas sob regime de luz;

- 2ª quinzena: abate dos cordeiros, distribuição da carne; curtição e distribuição das peles;

- Final de Ano: balancete final de contas; verificação dos índices de produtividade.
Condições ideais para os animais

Clima

O mais propício para a criação é o temperado frio em latitudes de 250 a 400 Norte e Sul; a baixa latitude pode ser compensada pela altitude. A temperatura adequada está entre 22 e 25ºC, com umidade relativa entre 55% a 70% (em altas temperaturas) e 65% a 91% (em baixas temperaturas). A precipitação pluviométrica anual deve estar entre 4900 e 1400 mm.


Solo

As características do solo são importantes para a escolha da raça a ser criada. Raças mistas são mais exigentes e devem ser criadas em planícies e vales férteis, com solo permeável. Solos pobres, com baixo valor nutritivo, podem ser utilizados para a criação de raças mais leves, produtoras de lã. O solo precisa ser corrigido, drenado e deve haver bastante sombra nas áreas de pastagem, pois a radiação solar direta causa efeitos nocivos ao conforto térmico do animal.

Alimentação e pastagens

A ideal é a pastagem rasteira, abundante e de boa qualidade. Em boas pastagens, com manejo rotativo, podem ser mantidos 10 animais por hectare; em pastos mais pobres, de uso continuo, a capacidade é de 3 cabeças por hectare. Consomem também as plantas infestantes do pasto, inclusive a que não é consumida pelos bovinos. Na época de escassez de pasto, é necessário complementar a alimentação com forrageiras de inverno, como a aveia e o centeio, alimentos concentrados e mistura mineral. Para a formação de piquetes utilizar gramíneas rasteiras, de hábito prostrado e decumbente, se possível consorciadas com leguminosas.

As gramíneas mais utilizadas são o capim Transvala, Pangola, Pensacola, Setária, Coast-Cross, grama Seda, Missioneira, Batatais e Brachiaria humidícula.

Aguadas

Os ovinos ingerem 3 a 4 litros de água no inverno e de 5 a 6 litros no verão. É interessante que a propriedade possua aguadas sem poluição, com fundo pedregoso ou arenoso. Brejos e baixadas pantanosas são indesejáveis, e na falta de cursos de água naturais devem ser construídos bebedouros de acordo com o tamanho do rebanho.


fonte:http://www.revistadaterra.com.br/oviclassificaozoologica.asp

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